quinta-feira, 13 de dezembro de 2007


Enquanto concentrarmos o olhar apenas em nós mesmos a verdade estará sempre um pouco mais à frente.

Aprender a amar... Permitir que nos amem...

Meu querido, espelho meu, fiquei a pensar na nossa conversa. Na necessidade/carência de amor, não tanto no sentido de sermos amados mas de amar, de dar, de darmos tudo o que temos, o melhor que temos, o melhor que sabemos. Apesar de todos os actos de um passado a que não conseguimos evitar viajar de vez em quando, apenas para recordar que já não sabemos ser assim, sempre demos e parece-me que aquilo a que chamamos carência é mais um esgotamento, uma necessidade de receber aquilo que só se deu ao longo de anos e anos.
Fiquei a pensar nisso e surgiu-me este pensamento: quando somos realmente felizes ao lado de alguém não é tanto por darmos tudo mas por conseguirmos receber como as crianças fazem, sem esperar de nós mesmos dar algo em troca, sem exigirmos de nós próprios darmos mais do que recebemos, aceitando apenas com um sorriso, reconhecendo que precisamos receber e, mais que isso, que somos merecedores do que nos dão, especialmente se forem coisas que nos acarinhem, que nos confortem, que nos aqueçam o coração. Dar e receber simplesmente, sem conceitos pré formatados, valorizando tanto o que nos dão como sobretudo o que damos porque é a nós próprios que estamos a dar. E isto faz felizes não só a nós mas também a quem nos dá o Presente.
Às vezes chego mesmo a pensar que o acto de dar tudo é um acto mesquinho de orgulho em que tentamos superar as expectativas, nem tanto as dos outros mas as nossas em relação a nós próprios, quase num acto egocêntrico, de um egoísmo subtil mas que me parece existir por detrás do acto aparentemente heróico de nos diluirmos no outro, de atendermos às suas mais caprichosas necessidades de afecto, ao ponto de nos esquecermos de respirar por nós e para nós. Queremos ser os melhores, queremos fazer o melhor e para isso criamos as situações mais intensas e atraímos as pessoas que nos dão mais “trabalho”. Cada vez mais tenho a ideia em mim de que isto é descentramo-nos. Não me parece que alguém possa ser feliz connosco assim. Muito menos me parece que possamos alguma vez ser plenamente felizes assim. Sei mesmo que não precisa ser assim. Que não precisamos sofrer para fazer bem. Que temos obrigação de nos tornarmos felizes, de encontrar no outro, mas sobretudo em nós, a nossa plenitude.
Para mim ter alguém com quem partilhar a intimidade é absolutamente essencial. Aceitei isto quando percebi que disso dependia a minha estabilidade emocional, logo também a estabilidade física, tal como a espiritual. E dessa estabilidade depende a minha evolução positiva, a todos os níveis. Quando tudo está bem neste campo é certo que as coisas fluem à minha volta de forma natural e consigo criar pensamentos de tal forma positivos que se transmitem a tudo o que me rodeia. É expressão do Amor Universal e é terapêutico, disto não tenho a menor dúvida. A questão é mesmo que temos que guardar alguma dessa energia terapêutica para a nossa auto nutrição ou acabamos por nós próprios, e nunca os outros, arranjar forma de nos escaparmos de uma prisão de que fomos autores e em que sentimos o vazio por nós criado. E amar não pode ser nunca uma prisão. Porque amar é na sua essência uma acto saudável, uma atitude libertadora e um caminho de evolução, do qual fazem parte concerteza a tristeza e a saudade de largar mais um caminho em que já aprendemos tudo o que havia para aprender, mas nunca a mágoa da perda porque sempre que se deixa um caminho é por algo maior e mais iluminador. Muitas vezes sofri por pensar que era mais um projecto falhado cada vez que tinha que mudar de caminho. Mas só assim aprendi a amar-me e só assim cheguei ao ponto de deixar que me amem sem me sentir um fardo para quem me oferece amor. Hoje agradeço a aprendizagem que me permitiram as pessoas que se deixaram amar por mim porque sem elas não teria sido possível e agora sei que sei amar melhor. E sei que o caminho continua... e mesmo as certezas que formei são apenas a minha visão, por mim criada, do momento presente... :-)

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