sexta-feira, 11 de abril de 2008

Espero-te...

SOLILÓQUIO
"Perfumei-me de alfazema
para te esperar
e não chegaste!
E começa a estar frio demais
para este vestido fino
tingido de papoilas;
sabes, já choveu bastante
embora eu não tivesse
abandonado
este banco de pedra
onde te espero
há tantas vidas!
Entanto, o tempo corre.
Desbotou-se o meu baton
de tanto beijar a ausência
e o meu coração
potro selvagem
vai agora a passo
pelos atalhos da espera!
Atormenta-me a demora...
antes, os rios
eram lágrimas
de saudade;
hoje, porém
tudo é deserto
na morte do verde.
Os sonhos, amarelo-desespero
começam a insinuar-se
no horizonte infindo
das memórias.
Rasguei minha alma
contra o casco do navio
onde viaja a esperança
e são já mortas
as horas
que deixei esquecidas
no cais do tempo...
já não sei se falo contigo
ou com aquela pega
que me olha do galho mais alto
solitária
como eu.
Ah meu amor
perfumei-me de alfazema
para te esperar
e não vieste!
E eu, aqui sozinha
há tanto tempo
creio já ter esquecido
o caminho de casa!..." Maria Mamede

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