terça-feira, 29 de abril de 2008

Fado, dança e saudade

Dança Comigo - Brites dos Santos



Hoje é o dia mundial da dança... Lembrei-me de tempos em que todos os dias tirava um tempo e dançava, em casa, sozinha, luzes apagadas e deixava fluir... E de repente abriu-se uma caixinha... Nostalgia... Boas lembranças de bons tempos, boas amizades, boas gargalhadas, boas lágrimas, bons abraços! Saudades das noites de fado na tasca do Juvenal... e no Ginásio...


Obrigada Juvenal, obrigada Lena, obrigada ti Orlando, obrigada Rui, obrigada a todos os que por lá passaram e pararam e ficaram e seguiram e sabem do que estou a falar...









Um brinde a todos os que sabem do que falo, aos que partilharam esses momentos inesquecíveis de aprendizagem entre petiscos e vinho tinto, entre a noite e a madrugada...

"Dos amores do Redentor
Não reza a História Sagrada
Mas diz uma lenda encantada
Que o bom Jesus sofreu de amor
Sofreu consigo e calou
Sua paixão divinal
Assim como qualquer mortal
Que um dia de amor palpitou
Samaritana plebeia de Cicár
Alguém espreitando te viu Jesus beijar
De tarde, quando foste encontrá-Lo só
Morto de sede junto à fonte de Jacob
E tu serena acolheste
O beijo que te encantou
Serena empalideceste
E Jesus Cristo corou
Corou por ver quanta luz
Irradiava da tua fronte
Quando disseste - Oh Meu Jesus
Que bem eu fiz Senhor em vir á fonte!" Samaritana



"Ó rua do Capelão
Juncada de rosmaninho
Se o meu amor vier cedinho
Eu beijo as pedras do chão
Que ele pisar no caminho
Há um degrau no meu leito,
Que é feito pra ti somente
Amor, mas sobe com jeito
Se o meu coração te sente
Fica-me aos saltos no peito
Tenho o destino marcado
Desde a hora em que te vi
Ó meu cigano adorado
Viver abraçada ao fado
Morrer abraçada a ti." Rua do Capelão



"Ai quem me dera
Ter outra vez vinte anos
Ai como eu era
Como te amei, santo Deus!
Meus olhos
Pareciam dois franciscanos
À espera
Do sol que vinha dos teus
Beijos que eu dava
Ai como quem morde rosas
Quanto te esperava
Na vida que então vivi
Podiam acabar os horizontes
Podiam secar as fontes
Mas não vivia sem ti
Ai como é triste
De o dizer não me envergonho
Saber que existe
Um ser tão mau, tão ruim,
Tu que eras
Um ombro para o meu sonho
Traíste o melhor que havia em mim
Ai como o tempo
Pôs neve nos teus cabelos
Ai como tempo
As nossas vidas desfez
Quem me dera
Ter outra vez desenganos
Ter outra vez vinte anos
Para te amar outra vez!" Primeiro Amor



"Se uma gaivota viesse
Trazer-me o céu de lisboa
No desenho que fizesse,
Nesse céu onde o olhar
É uma asa que não voa,
Esmorece e cai no mar.
Que perfeito coração
No meu peito bateria,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração.
Se um português marinheiro,
Dos sete mares andarilho,
Fosse quem sabe o primeiro
A contar-me o que inventasse,
Se um olhar de novo brilho
No meu olhar se enlaçasse.
Que perfeito coração
No meu peito bateria,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração.
Se ao dizer adeus à vida
As aves todas do céu,
Me dessem na despedida
O teu olhar derradeiro,
Esse olhar que era só teu,
Amor que foste o primeiro.
Que perfeito coração
No meu peito morreria,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde perfeito
Bateu o meu coração." Gaivota



"Estava tão bonita
A mulher que outrora
Eu mandei embora
No acaso do encontro
Nos cumprimentamos
E até nos beijamos
Como vai você
Eu vou bem, obrigado
E você por onde anda
Como tem passado
Um ou dos minutos de saudade e amor
Adeus, até mais ver, logo ou depois
Por que é que mulher que gente deixa
Fica sempre mais bonita e valendo uma paixão
Por que é que a gente morre despeito
Ao ver que não tem jeito, sequer de aproximação
Confesso que ela estava tão bonita
Tão bonita para outro, o que afinal doeu em mim
Se eu fosse Deus, mulher deixada eu feiava
E não mais impressionava
Pra não ter um fado assim" Mulher Deixada

"No castelo ponho o cotovelo
Em Alfama descanso o olhar
E assim desfaço o novelo
De azul e mar
À Ribeira encosto a cabeça
A almofada da cama do Tejo
Com lençóis bordados à pressa
Na cambraia de um beijo
Lisboa menina e moça, menina
Da luz que os meus olhos vêem, tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça e amada
Cidade amor da minha vida
No Terreiro eu passo por ti
Mas na Graça eu vejo-te nua
Quando um pombo te olha sorri
És mulher da rua
E no bairro mais alto do sonho
Ponho o fado que soube inventar
A aguardente de vida e medronho
Que me faz cantar
Lisboa menina e moça, menina
Da luz que os meus olhos vêem, tão pura
Teus seios são as colinas, varina
Pregão que me traz à porta ternura
Cidade a ponto luz bordada
Toalha à beira mar estendida
Lisboa menina e moça e amada
Cidade mulher da minha vida
Lisboa do amor deitada
Cidade por minhas mãos despida
Lisboa menina e moça e amada
Cidade mulher da minha vida" Lisboa Menina e Moça

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Digo SIM!

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Mama Sutra

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