sexta-feira, 11 de abril de 2008

Há tantas vidas meu Sol...

A ÚLTIMA ESTRELA
"A última estrela que me enviaste
morreu
e enterrei-a ao fundo da cortinha
no campo da ribeira grande
ao pé dos choupos...
do buraco pequeno
onde repousa
sai, em noites de negrura
uma luz
intensamente branca
para que eu lhe saiba sempre
o lugar;
esta, foi mais uma das muitas
que me tens enviado.
Algumas vivem
e transformam-se em pássaros
ou em borboletas;
outras, regressam a ti
com recados meus
a servir de cartas;
outras ainda
pegam-se à minha saudade
e morrem de tristeza!
Eu aviso-as, como posso
que não devem ficar
mas elas, que não me querem
ver só
quedam-se nos meus olhos
enchem-se de luz
e vão morrendo
nas gotas redondas
que às vezes os pássaros
vêm beber...
e fico mais triste sem elas...
E porque sabes tudo
o que me acontece
há tantas vidas que nos perdemos
e ainda continuas
a enviar-me estrelas
e a acender em mim
constelações
pela calada da noite!..." Maria Mamede

QUEM DERA
"Quem dera pegar na lua
com as minhas mãos de orvalho
e à fé de quanto valho
abraçá-la e guardá-la
no meu peito, onde não moras
quem dera fosse comigo
a lua em todas as horas;
Quem dera a vida me desse
o breve tempo em demoras
e um amor sem ciúme;
e ser lua, ah se eu pudesse
ou se pudesse, ser lume;
talvez a lua eu tivesse
talvez perdesse o ciúme...
Quem dera fosse de sol
esta rua que me veste
esta asa que em mim voa
do nascente ao arrebol
dentro do vento que zoa...
quem dera fosse de sol
esta asa que em mim voa...
Quem dera fosse lamento
este incenso que perfuma
o sol que quero no canto
quem dera fosse o momento
do amor que espero tanto...
quem dera fosse de vento
quem dera fosse meu manto!..." Maria Mamede

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